Episódio 1
Verónica incrimina Laura e faz com que esta seja despedida.
Helena tenta convencer António a mandar Miguel para uma clínica em Londres.
Verónica e Laura provocam incêndio em casa.
Um helicóptero sobrevoa as praias da Comporta e Lisboa. Aterra na sede do Grupo Fontes Morais. Percorremos as ruas da capital e vemos uma joalharia de luxo com o nome “Fontes Morais”.
No largo da aldeia festeja-se o Entrudo Chocalheiro. Laura, com a sua farda de enfermeira, passa pelos festejos, a passo rápido, para ir trabalhar e Verónica segue atrás dela. Verónica diz à irmã que quer sair da aldeia e mudar-se para Lisboa. Laura discorda, têm vida organizada ali e um trabalho que a realiza. Verónica insiste, quer ser rica e sair da terriola. Laura diz-lhe para deixar de ser preguiçosa.
No hospital, Laura prepara os copos dos comprimidos, coloca-os num tabuleiro e segue para os quartos.
Laura vai distribuindo a medicação pelos doentes, entre sorrisos e gestos de carinho. Percebemos que Laura tem uma boa relação com os pacientes.
Verónica, no hospital, segue com uma auxiliar de limpeza, que lhe pergunta o que precisa. Verónica diz-lhe para não se preocupar, só quer fazer uma surpresa à irmã. A auxiliar acede e diz a Verónica para a seguir.
Maria acaba de passar o fato de careto a Nuno, que o veste, muito orgulhoso. Lurdes diz ao neto para ver se arranja uma noiva na festa. Quando ele sai, Maria agarra em mais dois fatos, para os levar a Cidália. Lurdes diz-lhe para começar a cobrar pois têm contas para pagar.
Maria acaba por aceitar a nota de dez euros que Cidália lhe dá, pelo arranjo dos fatos. Maria pergunta se não haverá nenhuma vaga na fábrica onde o marido dela trabalha mas Cidália comenta que está difícil e que até andam a despedir pessoas.
No vestiário do hospital, estão reunidas várias enfermeiras, entre elas Laura. A enfermeira chefe diz-lhes que recebeu uma denuncia de roubo de medicamentos. A enfermeira chefe começa a vasculhar os cacifos de todas e, quando chega ao de laura, encontra um saco cheio de medicamentos. Laura fica em choque e diz que aquilo não é dela, só podem ter posto o saco ali.
Maria entra em casa e Lurdes pergunta se a vizinha lhe pagou. Quando Maria lhe mostra a nota de dez euros, Lurdes diz que ainda falta pagar a conta da luz. Maria começa a chorar, desesperada. Lurdes acha que deviam sair dali e ir para Lisboa, têm os Fontes Morais, que prometeram ajudá-los. Maria diz que Laura tem emprego e não o vai abandonar. Lurdes critica-a por não pensar no bem-estar dos filhos.
No helicóptero, António está ocupado com o tablet, enquanto sobrevoa Lisboa, a linha de Cascais e os palácios de Sintra. Vemos o palacete dos Fontes Morais.
O helicóptero aterra no palacete. António pergunta a Isaura se já tem novidades. Isaura diz-lhe que vai insistir e liga, de imediato, a Lurdes para saber se tem uma resposta pois António já está farto de esperar.
Lurdes diz a Isaura que precisa de mais tempo. Isaura não percebe qual é a questão, a neta vai casar e ficar com a vida feita. Lurdes diz-lhe que não é fácil convencer a neta a casar com um paralítico. Isaura pressiona-a e Lurdes pede-lhe mais dois dias.
No seu quarto, Miguel está sentado na cadeira de rodas. A enfermeira, que o assiste, começa a pintar os lábios, a abrir os botões da farda e a despentear Miguel. De seguida, pede-lhe desculpa e diz-lhe que recebe uma miséria. A enfermeira beija Miguel e depois atira-se para o chão e começa a gritar por socorro.
No seu escritório, António segura no tablet quando a enfermeira entra e acusa Miguel de assédio. António não lhe chega a responder e a enfermeira sugere que António lhe pague para que fique calada. António, irónico, mostra as imagens da câmara do quarto de Miguel e arrasta a enfermeira dali para fora.
Já na entrada do palacete, António encaminha a enfermeira para a rua. Esta exige que António lhe pague os dias que trabalhou mas ele recusa. Bruno e Leandro arrastam-na.
Miguel está sentado na cadeira, apático. Ouvimos uns passos, a ir na direção do seu quarto, e Miguel começa a ficar agitado. Helena entra, fria e irritada, e diz-lhe que um dia todos vão saber que é um pervertido e vai conseguir livrar-se dele. Miguel tenta falar, sem sucesso, e fica muito irritado.
António avança para o quarto de Miguel. Estende a mão para a maçaneta, mas detém-se ao perceber que Miguel não está sozinho.
Helena vê a maçaneta a rodar e continua a falar com Miguel, mas muda a postura pois percebe que António se aproxima. Helena volta a falar na hipótese de Miguel ir para uma clínica em Londres mas António mostra as imagens de vigilância a Helena e diz-lhe que o sobrinho não fez nada. Helena tenta disfarçar o choque e António pede-lhe para ficar sozinho com Miguel. António é carinhoso com o sobrinho e promete-lhe que vai arranjar uma pessoa decente para tomar conta dele.
Helena atende uma chamada da enfermeira, que lhe diz que não sabia que havia câmaras. Helena desliga a chamada, quando António entra no quarto, e volta a insistir na clínica em Londres. António recusa-se a abandonar o sobrinho.
Numa loja de luxo, em Lisboa, vemos Camila a experimentar um vestido, com uma pilha de roupa ao lado, que já experimentou. A empregada da loja vai-lhe entregando mais peças.
Em Nova Iorque, Tomás acorda, com duas mulheres despidas ao seu lado. Há garrafas de champanhe vazias, copos espalhados e lingerie. Uma das mulheres beija-o.
Helena comenta com António que Miguel estaria melhor se fosse para uma clínica, com pessoas especializadas a tratar dele. António sente-se responsável pela vida do sobrinho e vai arranjar-lhe uma boa mulher. Helena diz-lhe que nenhuma mulher se quer casar com um homem no estado em que Miguel está e que, se o fizer, é por interesse. António diz-lhe que a fortuna que têm pertence a Miguel, era do seu pai, a quem ele falhou. Helena diz-lhe que não podia ter feito nada para impedir o que aconteceu a Fausto pois também tinha a sua família para proteger e não podia entrar numa guerra por causa dos diamantes. António, já muito exaltado, diz à mulher que a única coisa que o irmão lhe pediu foi que tomasse conta de Miguel, e quem nem isso ele conseguiu fazer pois o sobrinho está numa cadeira de rodas, por isso não pensa mandá-lo para uma clínica, votado ao abandono.
António entra na cozinha, muito agitado, e pergunta a Isaura há quanto tempo é que o médico lhe disse que tinha um aneurisma e que podia morrer a qualquer momento. Isaura fica constrangida e António avisa-a que lhe confiou uma tarefa muito importante, a de arranjar uma noiva para o Miguel, e ela só o está a fazer perder tempo. Isaura nem consegue responder e António pede-lhe que o avise, caso não consiga cumprir com o prometido.
Laura limpa lágrimas, enquanto caminha para casa, e nem consegue sorrir com os caretos. Atende uma chamada e diz que podem contar com ela.
Laura acaba de entrar em casa e comunica à avó e à irmã que foi despedida. Verónica disfarça e finge surpresa. Lurdes diz à neta que já nada as prende ali. Verónica pisca o olho à avó.
Entra um flashback em que vemos Verónica a colocar um saco de comprimidos dentro do cacifo da irmã.
Já sozinhas, Lurdes mostra orgulho na neta e diz-lhe que agora só falta convencerem Maria. Verónica acha que podiam dizer a verdade mas Lurdes diz-lhe que não, só podem contar a verdade quando estiverem instaladas e com o futuro assegurado. Verónica vê fotografias de Tomás e Lurdes é incapaz de lhe dizer que ela vai casar com Miguel e não com Tomás. Verónica está deslumbrada com a ideia de ir para Lisboa.
Maria fica possessa por terem incriminado Laura e quer ir fazer queixa. Laura diz-lhe que não, o diretor não fez queixa e ela não quer falar mais no assunto para evitar que se espalhe. Maria acha que a filha se devia defender e Lurdes comenta que já não há nada que as prenda ali. Laura diz que se vai encontrar com uma colega, que trabalha no centro de saúde, e talvez a possa ajudar. Verónica fica desconfiada. Laura segue para o quarto, está cansada.
Já no quarto, Verónica pergunta à irmã se o encontro com a amiga é uma desculpa para se escapar de casa à noite, sem que a mãe desconfie. Laura diz à irmã que o seu sonho é cantar. Verónica responde-lhe que não há melhor sítio para seguir essa carreira que Lisboa. Maria entra no quarto e fica muito irritada com a filha por estar, mais uma vez, a falar em mudarem-se para Lisboa. Maria conforta Laura, o que deixa Verónica irritada e com ciúmes.
Nuno quer descobrir quem tramou Laura. Maria avisa-o que ela não quer apresentar queixa e já está a tratar de encontrar outro trabalho. Verónica afasta-se, irritada.
Verónica faz uma chamada e pede que sigam com o combinado. Tira algumas selfies sem soutien, escolhe uma delas e envia para o mesmo número.
No camarim do bar de strip, Laura refila com o patrão por lhe dar roupas cada vez mais curtas e ousadas, só vai ali cantar e nada mais. O homem diz-lhe que ou atua com as roupas escolhidas, ou pode ir-se embora. Laura fica frustrada.
No palco, Laura está constrangida por estar a usar um biquíni. Laura começa a cantar e fica cada vez mais confiante. Um rapaz grava um vídeo de Laura, de forma discreta.
Nuno, Lurdes e Verónica estão na sala, quando Nuno recebe um vídeo de Laura, a cantar no bar de strip. Nuno pega nas chaves da mota e sai, furioso. Maria aparece e Verónica diz à mãe que tem de impedir Nuno, ele é capaz de matar alguém. Maria sai, atrás de Nuno. Verónica diz a Lurdes para começar a fazer as malas, enquanto se ri, maliciosa.
Maria tenta deter Nuno mas este pega na mota e arranca. Verónica conta à mãe que Nuno recebeu um vídeo de Laura a cantar no bar de strip. Maria pede boleia ao vizinho e segue atrás dele.
No bar, Laura continua a cantar, mais à vontade. Um cliente pede-lhe que tire a roupa. Laura acusa o toque mas segue com a atuação.
Nuno tenta entrar no bar mas os seguranças não o deixam. Nuno insiste e acaba por levar um murro, quando Maria chega e pede que parem. Maria pede ao filho que se vá embora que ela trata da situação.
Maria observa Laura, que está tão embrenhada na sua atuação, que canta cada vez com mais alma. Os clientes do bar olham para ela de forma lasciva. Quando Laura termina de cantar e vê Maria, fica em choque. Maria dá-lhe uma valente bofetada. Ficamos em Laura, confusa e agarrada à cara.
Miguel já dorme. António aconchega-o e promete que vai arranjar quem tome conta dele. António suspira, exausto e com sentimento de culpa.
Entra um flashback onde vemos um carro de luxo, com Fausto lá dentro, ensanguentado por ter acabado de levar um tiro. António e Helena correm na sua direção e Fausto pede ao irmão que tome conta de Miguel, segundo antes de morrer. António grita, desesperado, e pede desculpa ao irmão.
É noite de festa na aldeia, o entrudo já arde. Nuno está afastado dos festejos, furioso, e recusa dançar com os caretos. A luz vai abaixo e ouve-se um coro de desilusão.
A aldeia está às escuras. Lurdes fofoca com as vizinhas sobre Maria e sobre o que se passou no hospital com Laura. Maria chega com a filha e confronta Lurdes por estar a fofocar com as vizinhas sobre a vida da família.
A discussão está instalada. Laura quer saber se foi Verónica que contou à mãe e a Nuno que ela estava a cantar no bar. Verónica desconversa e diz que não fez nada. Laura responde-lhe que em é inveja porque é ela que leva o dinheiro para casa e que ajuda a família. Verónica, irritada, empurra a irmã. Nenhuma das duas se apercebe que a vela, que estava em cima da cómoda, caiu e começa a pegar fogo ao naperon.
Maria e Lurdes discutem à porta de casa. Lurdes acusa Maria de condenar os filhos à miséria. Maria defende que ela é que é mãe e que o lugar dos filhos é ali, todos juntos.
O fogo já se alastrou ao cortinado. Laura e Verónica continuam a discutir. Verónica vê o fogo mas decide não dizer nada. Quando Laura se apercebe do que se passa, começa a tentar apagar as chamas. Verónica quer ir embora mas não consegue deixar a irmã sozinha. Ficamos na tensão das duas.
Maria e Lurdes continuam a discutir. Nuno chega e, ao ver a casa em chamas, começa a gritar. Maria fica em pânico e diz que as filhas estão lá dentro. Ficamos no olhar desesperado de Maria, Nuno e Lurdes.
O fogo já se alastrou bastante. Laura continua a tentar apagar as chamas mas rapidamente percebe que têm de sair. Verónica tenta acalçar o seu telemóvel quando cai um barrote, que a deixa encurralada. Ficamos no pânico das duas.